Opiniões, fugas e encontros
O peregrino Joshua ainda se encontrava no vilarejo de Vento Norte, por conta da intempérie que se abateu sobre a região. Da varanda, em pé e escorado em sua bengala, olhava a chuva e o vento nas folhas das árvores, pensando que, em sua passagem no mundo dos homens, já vira muito.
Vicissitudes, mazelas e incoerências da vida em sociedade, guerras, tristezas, desamores… O que, outrora, entregou-lhe pensamentos acerca de eremitério. No entanto, exercitava a sapiência de que ainda havia muito a ser descoberto, muito a aprender, muito a ouvir.
Com esses pensamentos em mente, percebeu, na varanda, um adolescente que, carrancudo, falou:
– O senhor é um peregrino, não é mesmo? Fica por aí, puçuqueando, falando trecos para as pessoas, não é? Ontem à noite, ouvi o senhor falando algumas coisas, e não concordei. Na verdade, acho que o senhor estava totalmente errado, e nada do que disse fez sentido para mim.
Após dizer isso, o adolescente, com olhar desafiador, encarou Joshua. Alguns momentos passaram, até que Joshua deu um passo na direção do adolescente.
– Inúmeros homens habitam esse mundo. Uma infinidade de cérebros, pensamentos, vidas, ideologias, esperanças, vontades… – pausou. – E, opiniões diferentes. Então, nada mais normal que o que para mim pareça importante e certo, para outros, certamente, não o é.
O jovem cruzou os braços e fechou, ainda mais, a cara.
– Pois é isso mesmo!
– Porém, isso é o que menos importa.
– Ã?
Joshua deu mais um passo.
– Meu jovem amigo, nesta vida, o principal é desenvolvermos a coragem de externarmos nossas ideias, soprarmos ao vento aquilo em que acreditamos, estando abertos a críticas. Exatamente como você acabou de fazer – e o adolescente descruzou os braços. – Porém, aquele que critica, antes de fazê-lo, deve se perguntar: discordo, posto que possuo forte posicionamento contrário, ou o faço pois o que o outro defende me parece uma ameaça? Estou sendo autêntico? Ou, divirjo porque fujo da verdade que me foi apresentada?
– Bah, mas o senhor deu um nó na minha cabeça!
Joshua olhou nos olhos do jovem.
– Se falo aos meus semelhantes, é sinal que também quero ouvi-los, pois, aqui, neste mundo, tudo é consequência, é mutação. Em verdade, pouco de realmente novo e autêntico nasce com cada amanhecer, pois nossas vidas são um constante transformar daquilo que já existe. Reinventamos o que já foi feito, levamos, um passo adiante, aquilo que os nossos semelhantes começaram. Somos a cíclica reinvenção e aprimoramento de nossos antepassados.
O jovem suavizou as feições.
– Não faço a menor ideia de onde o senhor que chegar.
– Esse é o caminho para nos encontrarmos: no meio de palavras alheias, pensamentos amigos, críticas, desforços inimigos, tentativas frustradas, palavras mal colocadas, coragem, incertezas – e Joshua colocou a mão no ombro do adolescente. – E, em especial, tentativas. É por isso que minha verdade lhe digo: somos imperfeitos, todos nós. Se o que outrora falei não o agradou, ou não o convenceu, tenho certeza de que, ao menos, fê-lo pensar, impulsionou-o para que se posicionasse. Deu-lhe fôlego para seu passo à frente, que foi conversar comigo, hoje. Você me reinventou. E isso, por si só, é muito mais do que eu sequer almejaria para algumas poucas palavras pensadas e ditas numa noite fria e chuvosa.
Tereza Gibson
Bom dia amigo Rafael
Beijos Tereza!
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Jefferson Marcelo Leal
Ótimos textos ….Parabéns pra ti caro amigo Rafa , Rafael Lovato, abrs pra vc e sua esposa
Abração para vc tbém, meu bom amigo Jofferson
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Rosiane Ceolin
Inúmeros homens habitam esse mundo. Uma infinidade de cérebros, pensamentos, vidas, ideologias, esperanças, vontades… – pausou. – E opiniões diferentes. Nada mais normal, então, que o que para mim pareça importante e certo, para outros, certamente, não o é.Sempre belas mensagens atraves de testos de Joshua, bom dia Lovato.
Valeu Rosiane!
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Heloiza Averbuck
Sempre um prazer viajar com Joshua…
Bjão minha querida amiga Heloiza.